27/02/2010

O Clorofórmio e os seus perigos!


Tal como o metanol, o cloroformio possui também a capacidade de causar danos no organismo, que variam consoante o tempo de exposição e o tipo de contaminação.
Tendo em conta que o clorofórmio faz parte do nosso trabalho como solvente, é importante falar sobre os danos causados pelo mesmo.
No caso de exposição por inalação há vários efeitos possíveis, embora iremos falar só de alguns mais relevantes.

Inalação
a)      Para haver a morte do indivíduo com clorofórmio, é necessário que haja uma overdose, ou seja em estudos feitos utilizando 22500ppm não houve aumento da taxa de mortalidade, mas já com 40000ppm é induzida uma overdose no indivíduo.
b)      Os efeitos respiratórios em pacientes anestesiados recorrendo ao clorofórmio, foram alterações no ritmos respiratório, em doses inferiores a 22500ppm, sendo o ritmo respiratório mais baixo que o normal.
c)        Em testes feitos relativamente ao efeito cardiovascular denotou-se em muitos casos de anestesia por clorofórmio (50%) uma arritmia cardíaca, ou seja bloqueio aurículo-ventricular, notou-se também a existência de baixas tensões – hipotensão -.
d)      Os efeito mais graves observados são os hepáticos, neste caso o clorofórmio inalado faz com que haja uma retenção de bromoftaleina o que indica uma deficiência a nível do fígado, também observa-se outros efeitos como o aumento e amolecimento do fígado, delírio coma e até mesmo morte com necrose centrilobular.
e)      Não foram elaborados testes com humanos ao efeito de desenvolvimento, mas em ratos notou-se um atraso na ossidificação, uma ondulação nas costelas, existência de fetos sem cauda, sem costelas, ânus não perfurado, isto em indivíduos do sexo feminino.  
Exposição dérmica

Não há muitos estudos relacionados com exposição do clorofórmio com a pele, embora num estudo feito, no qual dois jovens foram expostos a clorofórmio durante 6 semanas por 15 minutos, houve uma destruição do estrato córneo da pele ou camada de queratina – camada superior da pele.

Os restantes testes foram elaborados em coelhos e não foram muito conclusivos.




Existem vários efeitos em relação á exposição oral.

a)      Em relação á mortalidade por clorofórmio, a informação é muito escassa, havendo relatos de caso de morte por ingestão (29,57 ml de clorofórmio (3,755 mg/kg)) em que o indivíduo entrou no hospital em coma, 15 minutos após a ingestão. O indivíduo trabalhava todos os dias com clorofórmio.
b)      A termos de efeitos respiratórios, a informação relativa ao efeito após exposição oral ao clorofórmio é limitada. Obstrução do tracto respiratório devido ao relaxamento muscular foi observado num paciente que ingeriu acidentalmente aproximadamente 2,410 mg/kg de clorofórmio. Pulmões congestionados e infiltrações pulmonares difusas foi observado na autópsia de um homem que cometeu suicídio após ingestão de 3,755 mg/kg de clorofórmio. Em ambos os casos foram consumidos grandes doses de clorofórmio, o que significa que os efeitos observados poderão não ser transpostos para doses mais pequenas.
c)      Em relação a efeitos cardiovasculares, a informação também é muito limitada. A pressão sanguínea e o ritmo cardíaco podem aumentar muito em casos de alto consumo de clorofórmio.
d)      A termos gastrointestinais verifica-se que, após autópsias e exames feitos, o desconforto retro-estrenal, dor durante a deglutição, e dispepsia com vómitos foram alguns dos sintomas reportados dos mesmos.
e)      Os efeitos hematológicos, são resultados de apenas um caso, em que o indivíduo ingeria 21mg/dia num xarope para a tosse. Neste observou-se uma diminuição dos eritrócitos e da hemoglobina.
f)       Efeitos hepáticos são os mais usuais, sendo o fígado o alvo principal do clorofórmio. Icterícia com aumento e amolecimento do fígado foi observada em alguns dos pacientes. Os rins são também um dos alvos principais do clorofórmio, tendo efeitos renais, tendo sido observada observada oliguria um dia após a ingestão, albuminúria foi detectada na urina.
 

Com esta postagem verificamos que o clorofórmio, tal como o metanol, não são brinquedos, e temos inclusive de ter cuidados ao trabalhar com estes dois solventes!

Realizado e postado por: André Piques e Henrique Arruda

Fontes de informação:


2 comentários:

Título do projecto: Estudo da actividade antibacteriana e antifúngica da espécie de alga Asparagopsis taxiformis



Síntese do projecto: Neste projecto pretende-se estudar uma espécie de alga (Asparagopsis taxiformis), em termos de actividade antibacteriana e antifúngica, assim como varia esta actividade ao longo do ano.



10 palavras: Ciência, mar, biodiversidade, antibacteriano, antifúngico, trabalho experimental, inovador, interactivo e ecológico.